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o dia todo a pensar nisso

Crónicas de uma jovem existencialista com tendência para pensar demasiado.

Crónicas de uma jovem existencialista com tendência para pensar demasiado.

o dia todo a pensar nisso

08
Dez22

01.03.22

Tem lareira
E tem varanda,
Mas está vazia.

Tem sol
Durante todo o dia
Que parece ser noite.

Tem quarto
E uma cama de casal.
Mas o vazio...
Esse está sempre igual.

Será boi?
Será vaca?
Boi sou eu que vejo tudo vermelho.

Vejo aquilo que não quero ver
E sinto o que não quero sentir,
Mas haverá melhor definição
Para o que chamamos viver?

08
Dez22

02.04.22 - praia na primavera

A praia que floresceu
Depois das nuvens no céu
E as chuvas no chão.

Caminham aqueles que começaram,
Os que mais passaram
E ainda o abstraído cão
Que corre e vive
Sem passado nem futuro
Sendo apenas e somente feliz.

A praia da primavera
Mais serena que a de verão
Esperançosa com a motivação
De que tudo aquilo que acaba
Cedo ou tarde começa.

02
Out20

02.10.20 - a lebre e a tartaruga

Ultimamente sinto que estou sempre a correr contra o tempo. Sempre a tentar ganhar a corrida, sem descansar. Corrida essa que só é disputada por mim e mais ninguém, para que fique claro. Talvez seja fruto da peculiaridade deste ano, com o seu período de quarentena pela qual a maior parte do mundo passou (ou passa, ainda). Talvez seja um sentimento de desperdício, ou até culpa, que vem desde aí.

"Devia ter feito mais", cheguei a pensar, com a noção do quão exigente consigo ser comigo mesma e acredito que não terei sido a única a ter esta linha de pensamento. Isto faz com que surja uma combinação alarmante de expressões como "tenho de", "e se" e "porquê?" na minha cabeça que faz com que sinta que não estou a aproveitar cada momento como devia. Porque o tempo acaba para todos, e por acabar sinto que tenho de correr, correr e correr mais para chegar onde quero enquanto posso. Para poder sentir tudo o que quero sentir, fazer tudo o que quero fazer, como uma fome e uma sede constante de viver e experienciar a vida. Uma paixão enorme pelo sentir.

O pior é querer experienciar coisas nunca experienciadas, mas ter medo de as experienciar (porque o medo do desconhecido é uma doença), o que cria uma sensação de estagnação na "corrida" e acaba por me fazer sentir que tenho de correr ainda mais depressa. O pior é achar que não posso fazer uma pausa para descansar porque o tempo não pára, e isso parece que não, mas às vezes cansa. Às vezes parece que estou num comboio em andamento que percorre uma linha sem paragens. Mas o que é o tempo senão isso mesmo? Para nós, meros mortais.

"Depressa e bem, há pouco quem", digo a mim mesma. E a tartaruga chegou primeiro do que a lebre.

29
Out19

08.10.19 - nota de telemóvel

As pessoas são fascinantes. Conhecer pessoas é fascinante. Cada qual com a sua história. Cada qual com a sua moralidade. Todas com um passado, seja ele mau ou bom, porque o mau e o bom nem sempre significam o mesmo para cada um.

Tudo aquilo que passaram para chegar ao momento em que as conhecemos. Todo aquele universo dentro de um ser único.

Às vezes os universos que achamos mais diferentes acabam por ser também os mais parecidos. Julgamos que conhecemos as galáxias que vivem nos outros mesmo antes de as explorarmos, mas muitas vezes só precisamos que a nossa nave espacial vá lá parar. Muitas vezes começamos a conhecer universos que nunca pensámos explorar apenas por mero acaso. Apenas porque o destino assim o dita.

O mais fascinante acontece quando o que encontramos é um espelho, muitas vezes fragmentado em várias peças que se vão juntando ao longo da exploração do outro. Quando encontramos alguém que apesar de tão diferente, acaba por ser tão igual.

Porque apesar da nossa singularidade, somos todos humanos. Cada um com o seu universo. Cada um com as suas galáxias. Mais ou menos diferentes. Mais ou menos iguais.

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